4ª Aula - Criação
Parte A - Formação Dos Mundos E Dos Seres Vivos - A Vida
Organizada – Pluralidade Dos Mundos
Formação
dos mundos
O
universo compreende a infinidade dos mundos que vemos e não vemos todos os
seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço e os
fluidos que o preenchem, Allan Kardec abre o capitulo III do primeiro livro,
com o questionamento:
-
“O universo foi criado, ou
existe por toda a eternidade, com Deus?” Os espíritos respondem:
- “Ele não pode ter sido
feito por si mesmo; e se existisse de toda a eternidade, como Deus, não poderia
ser sua obra”.
Os
mundos são formados pela condensação da matéria disseminada no espaço. São as
estrelas, planetas, satélites, asteroides, cometas, galáxias e nebulosas. De
modo geral os mundos habitados podem ser classificados e cinco categorias
distintas: Mundos primitivos, de expiação e provas, regeneradores, felizes e
mundos divinos.
A
proposta do Big bang (ou Grande explosão) foi sugerida
primeiramente pelo padre Georges Lemaitre, quando expôs uma teoria propondo que
o universo teria iniciado repentinamente.
No
inicio era apenas uma atualização de uma arque-concepção bíblica que
naturalmente já abria-se em duas vertentes nada interessantes “o atomismo e a
criação”, através das linhas espectrais da luz das galáxias observadas no
observatório de Monte Palomar por Humason começaram a revelar um afastamento
progressivo para as galáxias mais distantes, com características de uma
dilatação universal.
Traduzida
em números, essa sensacional descoberta, permitiu ao astrônomo Edwin Hubble
encaixar uma progressão aritmética que mais tarde deram-lhe o nome de Constante
de Hubble.
Até
hoje essa proporção aritmética é a régua cósmica indispensável aos cálculos dos
cosmólogos do mundo inteiro.
O
físico Albert Einstein, que transcendendo as observações apresentou em 1905 uma
teoria geral da relatividade que se identificava muito com o cenário de fundo
do universo.
Os
cientistas acreditam em uma matéria primitiva agrupada através dos átomos,
formam os mundos e os corpos de todos os seres vivos. Kardec acrescenta que a
matéria cósmica primitiva encerrava os elementos materiais, fluídicos e vitais,
de todos os universos, que expõem a sua magnificência diante da eternidade.
A
matéria etérea, mais ou menos rarefeita, que permeia os espaços
interplanetários; esse fluido cósmico que preenche em aglomerações ricas de
estrelas, mais ou menos condensado onde o céu astral ainda não brilha, é a substância
primitiva em que residem as forças universais de onde a Natureza tirou todas as
coisas, “o fluido universal”. (GE Cap. VI item 17)
Formação
dos seres vivos
Por
meio dos germes que se encontravam latentes no planeta e, encontrando um
ambiente propicio, começaram a germinar. A formação dos seres vivos partiu do
caos pela própria força da natureza. “No começo tudo era caos; os elementos
estavam fundidos.” (LE 43)
Pouco
a pouco, cada coisa tomou seu lugar, então, apareceram os seres vivos,
apropriados ao estado do globo.
Aparecem
os vírus e com eles surge o campo primacial da existência, formado por
nucleoproteínas e globulinas, oferecendo clima adequado aos princípios
inteligentes ou mônadas fundamentais, que se destacam da substância viva.
Sustentado pelos recursos da Vida que na bactéria e na célula se constituem do
liquido protoplasmático, o principio inteligente nutre-se agora na clorofila,
que revela um átomo de magnésio em cada molécula, precedendo a constituição do
sangue de que se alimentará no reino animal.
Das
cristalizações atômicas e dos minerais, do vírus e do protoplasma, das
bactérias e das amebas, das algas e dos vegetais, pelo período jurássico,
exteriorizando-se nos mamíferos o princípio inteligente atravessou os mais rudes
crivos da adaptação e seleção, assimilando valores múltiplos de organização, da
reprodução, da memória do instinto, da sensibilidade, da percepção e da
preservação própria, penetrando assim pelas vias da inteligência mais completa
e laboriosa adquirida, nas faixas da inauguração da razão. Inclusive o homem ao
seu tempo, ocupou seu lugar ao lado de outros seres vivos. (André Luiz – Evolução em Dois Mundos – cap. IV)
Povoamento
da terra – Adão
Kardec
explica que a chamada raça adâmica foi uma das últimas raças a surgirem na
terra, com a missão de auxiliar no desenvolvimento do planeta, ajudar os seus
habitantes primitivos a se elevarem espiritualmente. Não surgia milagrosamente,
mas de forma natural, por descendência biológica de outras raças mais
aperfeiçoadas. (GE Cap. XI,item 38)
O
espiritismo não pode admitir que essa alegoria seja tomada ao pé da letra. A
espécie humana não começou por um só homem, surgiu na terra pelo encadeamento
natural da evolução dos seres. Kardec estuda a posição do homem na escala
animal e declara “por mais que isso possa ferir o seu orgulho, o homem deve
resignar-se a ver no seu corpo matéria o último elo da animalidade na terra”.
A
respeito das contradições da bíblia e do espiritismo, Kardec, acertadamente
responde que o Espiritismo apenas explica a alegoria bíblica, dá-lhe a
necessária interpretação na pergunta (LE 47)
- “A espécie humana está entre os
elementos orgânicos do globo terrestre? A resposta foi sim, e veio a seu tempo;
foi isso que deu motivo a dizer-se que o homem Foi feito do limo da terra”.
Kardec
(GE, Cap. X) faz um quadro comparativo da alegoria dos seis dias da criação
bíblica e da formação geológica determinada pela ciência. Este último com a
contribuição dos espíritos. Acentua que a concordância não é rigorosa e não
pode ser tomada como tal, mas basta provar a intuição da realidade na alegoria
bíblica.
E
conclui o capítulo afirmando:
-
“Não rejeitamos, pois, a Gênese bíblica, mas estudemo-la, como estudamos a
história da origem dos povos”.
Hoje
os próprios teólogos, católicos e protestantes endossam as explicações
científicas em consonância com as explicações espíritas.
A
pesquisa científica comprova o povoamento do globo em diferentes locais, com
relação a pigmentação da pele, e as diferenças físicas dos habitantes da região,
além, da evolução e das civilizações existentes em um mesmo período.
Diversidade
das raças humanas
Na
pergunta (LE 53), os
Espíritos respondem a Kardec que o homem apareceu em diversos pontos do planeta
e em diferentes épocas e, é essa uma das causas da diversidade das raças.
Depois o homem se dispersou pelos diferentes climas, e aliando-se os de uma
raça aos de outras, formaram novos tipos.
Kardec
coloca que: “certas
raças apresentam tipos particulares característicos, que não permitem
assinalar-lhes uma origem comum que não podem ser atribuídos apenas ao ambiente”.
E acrescenta: “...uma
vez que os brancos que se reproduzem no país dos negros não se tornam negros, e
reciprocamente...” (GE
cap. XI, item 39)
Pluralidade
dos mundos
Que
as obras de Deus estejam criadas para o pensamento e a inteligência; que os
mundos sejam a morada de seres que os contemplam e descobrem sob o seu véu o
poder e a sabedoria daquele que o forma, essa questão não é mais duvidosa para
nós; mas que as almas que os povoam sejam solidárias, isso é o que importa
conhecer. (GE cap. VI item 54)
Os
mundos diferem segundo as condições diversas que lhes foram reservadas, e
Segundo o seu papel respectivo no cenário do universo. (GE cap. VI item 61).
Deus
povoou os mundos de seres vivos, as condições de existência dos seres nos
diferentes mundos, devem ser apropriadas ao meio em que tem que viver. Os
mundos progridem fisicamente pela elaboração da matéria, e moralmente, pela
depuração dos Espíritos que os habitam.
Aqueles
que perseveram no mal em sua revolta contra Deus e suas leis serão doravante um
entrave para o progresso moral, uma causa permanente de perturbação para o
repouso e a felicidade dos bons, por isso eles são enviados para os mundos
menos avançados. (GE Cap. XI item 43)
“Fé
inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, e todas as
épocas da humanidade.” (Allan Kardec)
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 1°, cap. III,
questões 37 a 59;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. IV itens de 1 a 10; cap. VI itens
1,08, 10 a 12, 16, 19, 23, e, 48 a 61; cap. VII, itens 13,17, 18, 48 e 49; cap.
IX, item 4;cap. X, itens de 1 a 12, 15, 2o e 26 a 29; cap. XI,
itens 1 a 9, 29 a 32, 38 a 42, parágrafo 3 e 45; cap. XII, itens 1 a 23;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas - Profissão de Fé Racional - cap.
III, itens 10, 11 e 13;
KARDEC Allan, O Que é Espiritismo, cap. III, itens 105 a 107;
Bibliografia Complementar:
ANDRE LUIZ - Evolução em Dois Mundos - cap. IV
EMMANUEL - A Caminho da Luz v cap. II
Parte B - Há Muitas
Moradas Na Casa De Meu Pai
“Não se turbe o vosso coração.
Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se
assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar.
- Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos
retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vos ai estejais”. (JOÃO, XIV : 1-3.)
Diferentes
Categorias De Mundos Habitados
Mundos
inferiores: a existência é toda material, reinam soberanas as
paixões, sendo quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve,
diminui a influência da matéria de tal maneira que, nos mundos mais adiantados,
a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
Mundos
intermediários: misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro,
segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam.
Mundos
superiores: o bem predomina sobre o mal.
Ainda
Podemos Classificar Os Mundos Em:
Mundos
primitivos: destinados às primeiras encarnações da alma humana.
Mundos
de expiação e provas: onde domina o mal.
A
superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que
a Terra não é um mundo primitivo e as qualidades inatas que eles trazem consigo
constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também,
os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição
moral.
Por
isso estão aqui para expiarem suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias
da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.
Mundos
de regeneração: nos quais as almas que ainda tem o
que expiar extrai novas forças, repousando das fadigas da luta.
Os
mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os
mundos felizes. “A
alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se,
porém, o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade
experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas
de que sois escravos isento do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja
que a tortura, do ódio que a sufoca”. (ESE
cap. III) Nesses mundos, todavia,
ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade.
Mundos
Felizes: onde o bem sobrepuja o mal.
Mundos
celestes ou divinos: habitações de Espíritos depurados,
onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de
expiação e provas, razão por que ai vive o homem a braços com tantas misérias.
Os
Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente,
nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para
atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento
que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante,
até que cheguem ao estado de puros Espíritos. O progresso é lei da Natureza. A
essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela
bondade de Deus.
A
própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é
apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito,
visto que tudo morre para renascer. Ao mesmo tempo em que todos os seres vivos
progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. III, itens
1 a 5 e 8 a 19;
Novo Testamento - João 14: 1-2.
Fonte: FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012
Fonte: FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012
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