5ª Aula - Princípio Vital - Fluidos
Parte
A – Seres Orgânicos E Inorgânicos - Principio Vital - A Vida E A Morte - A
Natureza
Dos
Fluidos
Seres Orgânicos e Inorgânicos e Principio Vital:
Os seres orgânicos são os que trazem em si mesmos uma fonte de
atividade intima, que lhes da à vida. Nascem, crescem, reproduzem-se e morrem;
são providos de órgãos especiais para a realização dos diferentes atos da vida
e apropriados às necessidades de sua conservação. Abrangem os homens, os
animais e as plantas.
Os seres inorgânicos são os que não possuem vitalidade nem
movimentos próprios, sendo formados apenas pela agregação da matéria: os
minerais, a água, o ar, etc. (LE, introdução à questão 60)
É a mesma lei, ou seja, a de atração que une tanto os elementos
dos corpos orgânicos, quanto os inorgânicos, assim como a matéria também é a
mesma, com a diferença que os corpos orgânicos estão animalizados, pois se uniram
ao fluido vital.
Na resposta 63, do LE, os amigos espirituais responderam que o
princípio vital, tanto é um efeito, quanto uma
causa da matéria animalizada. É um efeito produzido pela ação de um
agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma
que a matéria não pode viver sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o
absorvem e assimila. O fluido vital ou princípio vital é uma das modificações
do fluido universal, já que também é matéria.
A Vida e a Morte
A causa da morte está na exaustão dos órgãos (LE, 68). O conceito
de morte vigente hoje no meio cientifico internacional, é o da “ausência de atividade
elétrica cerebral”. Ao lado de alguns
sinais de fácil identificação, a ausência de atividade cerebral determinada
pelo eletroencefalograma, confirma o diagnóstico de morte física, mesmo que o
coração continue em funcionamento a custa de aparelhos específicos.
No entanto, em muitas oportunidades, essa exaustão do corpo físico
será precedida por uma deterioração do fluido vital que o animaliza.
Podemos comparar o mecanismo da morte a um aparelho elétrico em
funcionamento. Poderíamos fazê-lo parar de funcionar de duas maneiras:
suprimindo a corrente elétrica que chega até ele, e quebrando o aparelho.
Assim também ocorre com a morte nos seres orgânicos; ela pode
ocorrer de duas formas: o empobrecimento do tônus vital iria desarticular as
células do veiculo físico, surgindo dai a doença, e posteriormente, a morte.
Seria o processo observado como mais frequência nas mortes naturais; e a
destruição direta do veículo físico sem desintegração do fluido vital prévia,
mortes trágicas (como acidentes, homicídio, suicídio).
Kardec, em complemento a questão 70, do LE, nos diz:
- “A quantidade de fluido
vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e
não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos da mesma espécie.
Há os que estão por assim dizer; saturados do fluído vital, enquanto outros o
possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos,
mas energéticos, e de certa maneira, de vida superabundante. A quantidade de
fluido vital se esgota. Pode tomar-se incapaz de entreter a vida, se não for
renovada pela absorção
e assimilação de
substancias que o contém. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro.
Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que têm menos e, em certos
casos fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se”.
Veja vários exemplos de doação do fluido vital, através de Jesus,
nos casos: A filha de Jairo (Marcos: V, 21-43); O filho da Viúva de Naim (Lucas:
VII, 11-17) e Lázaro (João, XI: 1-45).
Mecanismo da Morte
1 - Mortes Naturais
- Deterioração do Fluido Vital
- Exaustão do corpo físico
- Desligamento do Espírito
2 - Mortes Trágicas
- Destruição do corpo físico
- Desligamento do Espírito
No primeiro caso, o corpo enfermo não estaria em condições de
participar da renovação do fluido vital adulterado, o que completaria o
circuito de forças enfermiças.
No segundo caso, a morte alcançaria os órgãos impregnados de
fluidos vitais sadios, o que poderia criar dificuldades na readaptação do
desencarnante a sua nova vida, já que o fluido vital é exclusivo dos encarnados.
Nesta eventualidade (mortes trágicas), sabemos que o sofrimento que acompanha o
desencarnante é diretamente proporcional à culpabilidade da vítima naquele
acidente. Nos casos em que o Espírito não foi responsável (consciente ou
inconsciente) pelo seu desencarne, o fluido vital restante sofreria uma
desagregação o que liberaria o Espírito dessas energias impróprias para a vida
espiritual. Nos casos de suicídio direto ou indireto, as faixas de fluido vital
estariam aderidas ao corpo espiritual do recém-desencarnado, gerando
dificuldades a sua readaptação a vida na erraticidade.
Com a morte do corpo físico, a matéria inerte se decompõe,
formando novos seres, porque na natureza tudo se transforma, pois quem cria é
apenas Deus. Quanto ao principio vital, retorna a massa.
A Natureza dos Fluidos
Fluido Cósmico Universal “é a matéria elementar primitiva,
cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos
corpos da natureza”.
Há um fluido etéreo que preenche o espaço e penetra os corpos. É o
fluido cósmico ou universal ou matéria elementar primitiva, geradora do mundo e
dos seres, ou seja, tudo que não é Espírito provem das suas quase infinitas
transformações.
Os fenômenos materiais tidos vulgarmente como milagrosos foram
explicados pela Ciência, tendo em vista as leis que regem a matéria. Quanto aos
fenômenos “em que prepondera o elemento espiritual” não explicáveis unicamente
pelas leis da Natureza, encontram explicação nas “leis que regem a vida
espiritual” (cap. X e XIV - GE).
Propriedades dos fluídos
O fluido cósmico ou Universal assume dois estados distintos: o de
imponderabilidade - seu estado normal (eterização), passando ao de
ponderabilidade que preside aos fenômenos materiais, de alçada da Ciência; no
estado de eterização situam-se os fenômenos espirituais ou psíquicos, ligados à
existência dos Espíritos, estudados pelo
Espiritismo. Neste estado, os fluidos sofrem maior número de
modificações, adquirindo propriedades especiais, sendo para os Espíritos o que
para nós são as substancias materiais; elaboram, combinam, produzindo os
efeitos desejados. Tais modificações são feitas por Espíritos mais
esclarecidos, enquanto que os ignorantes, mesmo participando do fenômeno, são
incapazes de entendê-las.
Nossos sentidos e instrumentos de análise não podem perceber os
elementos fluídicos; alguns fluidos, entretanto, pela sua ligação com a vida
corporal, podem ser avaliados pelos seus efeitos: são fluidos mais densos que compõem
a atmosfera espiritual da Terra. Possuem vários graus de pureza, sendo desse
meio que os Espíritos deste planeta, encarnados e desencarnados, tiram os
elementos necessários à manutenção de sua existência.
Em outros mundos ocorre o mesmo, com as devidas variações de constituição
e condições de vitalidade de cada um.
Os fluidos espirituais na verdade são matéria mais ou menos
quintessenciada; somente a alma ou princípio inteligente é espiritual. Assim os
fluidos espirituais são “a matéria do mundo espiritual”. Quanto à solidificação
da matéria, na realidade não é mais do que um estado transitório do fluido
universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as
condições de coesão.
Ação dos Espíritos sobre os fluidos
Criações fluídicas - Fotografia do pensamento.
Os fluidos espirituais constituem-se nos materiais utilizados
pelos Espíritos, o meio onde ocorrem os fenômenos especiais bem como onde se
forma a luz perceptíveis no plano espiritual, como também é o veiculo do
pensamento.
Através do pensamento imprimem direção, aglomeram, combinam ou
dispersam, dando forma e cor, mudam as propriedades dos fluidos de acordo com
leis especificas. Tais transformações podem ocorrer pela vontade como também
resultar de um pensamento inconsciente.
Para o Espírito, basta que pense em algo para que se produza,
pois, pode tomar-se visível a um médium, mostrando a aparência de qualquer
encarnação em que fixe seu pensamento, com todas as características e
particularidades.
Pode criar fluidicamente objetos com duração efêmera (idêntica a
do pensamento que os criou) que, para ele são tão reais como o eram, no estado
material, para o homem vivo. O pensamento atua sobre os fluidos como o som
sobre o ar, criando imagens fluídicas reflete-se no perispírito como num
espelho, encorpa-se e se fotografa.
Assim, os mais secretos movimentos da alma repercutem no
perispírito, permitindo a que leiam uns aos outros como num livro. Vêem a
preocupação habitual do individuo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios
bons ou maus.
Qualidades dos Fluidos:
Os fluidos podem ter qualidades físicas e morais. Os fluidos,
originalmente neutros, adquirem suas qualidades no meio onde são elaborados.
Sob o ponto de vista Moral, trazem a impressão dos sentimentos do
ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho, do egoísmo, da violência, da hipocrisia,
da bondade, da benevolência, do amor, da caridade, da doçura, etc.
Sob o ponto de vista físico, são excitantes, calmantes,
penetrantes, adstringentes, irritantes, soporíferos, narcóticos, tóxicos,
reparadores, etc.
O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões e vícios
da Humanidade.
BIBLIOGRAFIA:
1) Kardec, Allan - “O Livro dos Espíritos” - Introdução, item II,
questões 60 a 70;
2) Kardec, Allan - “A Gênese” - cap. XIV, itens 1 a 6 e 16 a 19;
3) Delanne, Gabriel - “Evolução Anímica” - cap. I, item “A Força
Vital”
4) Angelis, -Io3H3 - “Estudos Espíritas” - cap. 6 -psicografia de
Divaldo Franco.
5) Novo Testamento: Marcos: V, 21-43; Lucas: VII, 11-17 e João XI:
1-45
Parte B - Progressão Dos Mundos
É outra mensagem de Santo Agostinho, também psicografada em Paris,
em 1862, que Kardec escolheu para encerrar o capitulo III de ESE.
Progressão significa segundo o dicionário Houaiss “ação de
progredir; desenvolvimento gradual (de um processo); progressividade, sucessão,
continuação”.
A Casa de meu Pai é o Universo infinito. As diferentes moradas são
os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos imortais,
moradias próprias ao grau evolutivo de cada um.
Santo Agostinho vem nos dizer que a lei do progresso, a qual
Kardec classificou como lei natural, funciona para todos os seres animados e
inanimados, para levá-los, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois
tudo morre para renascer, porque Deus quer que tudo se engrandeça e prospere. A
própria destruição, que parece para os homens, o fim das coisas, é apenas um
meio de renascer, e nada volta para o nada.
Assim como os seres vivos progridem intelectual e moralmente, os
mundos também progridem. A história dos mundos nos faz ver que desde a
aglomeração dos primeiros átomos na formação deles há uma progressão continua,
um desenvolvimento imperceptível para cada geração, mas dando a seus habitantes
condições mais agradáveis, à medida que, eles também avancem na senda do
progresso, interferindo com a inteligência nas forças da natureza.
Nada fica estacionário: tudo evolui. Em tudo há um dinamismo
evolutivo, progressivo.
A Terra, seguindo essa lei já foi mundo primitivo, tomou-se de
expiações e de provas e vai transformar-se em um mundo regenerador, onde seus
habitantes se esforçarão para viver o bem, adequando seu comportamento à Lei de
Deus.
Estamos vivenciando um longo período de transição, onde o mal, a
violência toma-se visível a todos, ao nosso redor ou através dos meios de
comunicação.
O conhecimento do mau é necessário para que o homem desperte de
vez e use sua inteligência, sua sensibilidade, sua fé, sua vontade no esforço
de erradicá-lo através do sentir o bem, pensar no bem e fazer somente o bem, e
não através do mesmo mal, da mesma violência.
Apesar de vivermos em uma época com aspectos diferentes, há
semelhança com os tempos dos primeiros cem anos do cristianismo: época de
mudanças marcadas nas ideias dominantes até então, quando os seguidores de Jesus
se doaram na divulgação através da palavra, da vivência da Boa Nova que Jesus
trouxe.
Hoje, a grande maioria dos homens sente necessidade de
conhecer-se: Quem somos, de onde viemos, Para onde vamos?
Os atuais seguidores do Cristo, principalmente os espíritas, pelos
esclarecimentos que possuem, têm o dever de divulgar os princípios de sua
doutrina pelos meios de comunicação existentes, mas, principalmente, pela
palavra e pela conduta, na vivência e no exemplo do amor e do perdão.
BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. III, item
19.
Fonte: FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012
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