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6ª Aula - Princípio Inteligente E Os Três Reinos





Parte A - Os Três Reinos - Os Minerais E As Plantas - Os Animais E O Homem

O Princípio Inteligente:
A alma estagia numa série de existências que precedem o período de humanidade.
Parece, assim, que a alma teria sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação nesses seres, que estas longe de conhecer inteiramente, que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco, e ensaia para a vida, como dissemos (LE, 607-a). Em tudo observamos a admirável harmonia da criação divina, onde tudo se encadeia e se transforma, seguindo a lei de evolução. Vale lembrar que, não fomos conscientemente pedra, planta ou animal. O Espírito (principio inteligente) estagia nesses reinos, para o aprendizado de aspectos necessários ao seu processo evolutivo assim como também de seus instintos. Detentor deste aprendizado este princípio inteligente, pela vontade do Pai, adentra ao reino hominal, já individualização inteligente e ai sim passa a ser um ser consciente.
Após a morte, o Espírito não pode lembrar-se de suas existências anteriores ao período de humanidade, porquanto ainda não havia começado a vida de Espírito;... É mesmo difícil que se lembre de suas primeiras existências como homem, exatamente como o homem não se lembra mais dos primeiros tempos de sua infância, e ainda menos do tempo que passou no ventre materno (LE, 608).
O homem, tendo tudo o que existe nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, ilimitada, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus (LE, 585).
Do ponto de vista do reino animal o homem não é um ser a parte, porque nada na natureza se faz por transição brusca; há sempre anéis que ligam as extremidades da cadeia dos seres (LE, 609). Mas, o homem é de fato um ser a parte, porque tem faculdades que o distinguem de todos os outros e têm outro destino. A espécie humana é a que Deus escolheu para a encarnação dos seres que O podem conhecer (LE, 610).

Os Três Reinos
Subentendem-se por Reino cada uma das três grandes divisões em que se agrupam todos os corpos da natureza, a saber; reino mineral, vegetal e reino animal, ou ainda em duas grandes classes; seres orgânicos e seres inorgânicos.
Alguns estudiosos, no entanto, do ponto de vista moral consideram a espécie humana como um quarto reino, o hominal, em razão de sua inteligência ilimitada que o diferencia dos demais componentes do reino animal.
Tal posição é plenamente corroborada pela Codificação Espírita, pois, do ponto de vista moral, há, evidentemente, quatro graus. Esses quatro graus têm, com efeito, caracteres bem definidos, embora pareçam confundir-se os seus limites (LE, 585).

I - Os Minerais e as Plantas

Minerais:
A matéria inerte que constitui o reino Mineral, não possui mais do que uma força mecânica (LE, 585).
Caracterizando-se pelas inúmeras variedades e combinações dos corpos simples da natureza, este reino constitui- se a partir da agregação da matéria sob o impulso das leis de atração e coesão que unem e equilibram os átomos em estruturas simples e/ou complexas.
Muito embora composto por matéria inerte e, portanto, sem vitalidade, já neste reino encontra-se, latente, o suporte necessário à manifestação da vida que ira despontar no reino vegetal.

Plantas:
As plantas, compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade (LE, 585); e embora possuindo fisiologia específica, não tem consciência de sua existência; não pensam e não tem mais do que vida orgânica.
Assim, não experimentam sensações nem sofrem quando são mutiladas: ...são fisicamente afetadas por ações sobre a matéria, mas não tem percepções; por conseguinte, não têm a sensação de dor. (LE, 587)
A força observada pelos botânicos, que atrai as plantas umas as outras, não constitui manifestação de vontade; trata-se tão somente de uma força mecânica da matéria que age na matéria; elas não poderiam opor-se (LE, 588).
Algumas plantas, porém, têm determinados movimentos fisiológicos que levam a impressão de possuírem não apenas sensibilidade, como também uma espécie de vontade, como ocorre, por exemplo, com a sensitiva e a dionéia (LE, 589). Mas isto não significa que ambas possuam a faculdade de pensar; elas representam, sim, formas
intermediárias entre o reino vegetal e o animal.
“Tudo é transição da Natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante e no entanto tudo se liga. As plantas não pensam, e por conseguinte não têm vontade... O organismo humano nos fornece exemplos de movimentos análogos, sem a participação da vontade como as funções digestivas e circulatórias... O mesmo deve acontecer com a sensitiva, na qual os movimentos não implicam absolutamente a necessidade de uma percepção e menos ainda de uma vontade.” (LE, 589).
Mesmo nos mundos superiores, as plantas são sempre plantas, como os animais são sempre animais, e os homens sempre homens. (LE, 591).

II - Os Animais e o Homem
                                   
Os Animais
Comparando-se o homem e os animais, em relação à inteligência, torna-se difícil estabelecer uma linha divisória entre ambos, pois certos animais têm notória superioridade sobre certos homens. Mas, nesse terreno, o homem é um ser a parte, que desce às vezes muito abaixo, ou pode elevar-se muito alto.
Todavia, no físico o homem é como os animais e menos provido que muitos deles, pois suas necessidades de sobrevivência, por exemplo, são providas pela própria natureza, ao passo que o homem precisa usar a inteligência para inventar os meios adequados a fim de suprir suas necessidades materiais. (LE, 592)
Os animais, quase que na totalidade de suas vidas, agem por instinto; contudo, alguns já se expressam por uma vontade determinada, provando desfrutar de uma inteligência, se bem que rudimentar e “Há pois, neles uma espécie de inteligência, mas cujo exercício é mais precisamente concentrado sobre os meios de satisfazer as suas necessidades físicas e prover a conservação. Não há entre eles nenhuma criação, nenhum melhoramento...
Mesmo o progresso que realizam pela ação do homem é efêmero e puramente individual, porque o animal abandonado a si próprio, não tarda a voltar aos limites traçados pela Natureza.” (LE, 593).
Eles também não possuem uma linguagem formada de sílabas e palavras, mas têm outras formas de se comunicarem, sempre adequadas aos limites restritos de suas necessidades.

Na ausência de voz comunica-se por outros meios, assim como os homens, quando mudos usam a mímica. Sendo-lhes facultada a vida de relação, possuem meios de se prevenirem e de exprimirem as sensações que experimentam; é por isto que os peixes comunicam-se entre si, da mesma forma que as baleias e outros animais, pois a linguagem não é privilégio exclusivo do homem.
Ocorre que a linguagem dos animais é instintiva e limitada pelo circulo exclusivo das suas necessidades e das suas idéias, enquanto o homem é perfectível e se presta a todas as concepções da sua inteligência. (LE, 594-a).
Em relação à aptidão que certos animais denotam de imitar a linguagem humana, deve-se ao fato de haver certa conformação dos órgãos vocais e é por isso que, levados pelo instinto de imitação, chegam à linguagem e aos gestos dos homens, como é o caso de algumas aves e dos símios (LE, 596).
Apesar de não desfrutarem do livre-arbítrio, os animais não são simples máquinas; têm liberdade de ação, embora limitada e restrita aos atos da vida material, pois possuem uma inteligência igualmente limitada, que os possibilita para tal.
Possuindo uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, também há neles um princípio independente da matéria, e que sobrevive ao corpo; a tal principio pode-se didaticamente chamar de “alma”, mas é inferior à do homem. Há entre a “alma” dos animais e a do homem tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus (LE, 597-a).
Posto que os animais não possuam “alma” propriamente dita, mas um princípio espiritual, após a morte conservam sua individualidade, mas não a consciência de si mesmos, uma vez que a vida inteligente permanece em estado latente. Ficam numa espécie de erraticidade, pois não estão mais unidos a matéria, mas nem por isso são Espíritos errantes.
Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade, Sendo a consciência de si mesmo seu atributo principal; o dos animais não têm a mesma faculdade (LE, perg. 600). Os animais também acompanham a lei do progresso e nos mundos superiores suas possibilidades são bem mais desenvolvidas, embora permanecendo sempre inferiores e submetidos aos homens; toda evolução inclusive a animal, decorre em função da ordem natural das coisas. Mas, mesmo nestes mundos e por não possuírem livre-arbítrio, não passam pelo processo expiatório e ignoram a existência de Deus.
Portanto, a inteligência do homem e a dos animais, procede de um mesmo principio inteligente imanente nos reinos da natureza; mas o reino animal é a última etapa em que este princípio estagia em busca da sua individualização plena e responsável, pois o despertar da sua consciência, já no reino hominal, lhe trará a condição de Espírito perfectível.

O Homem
No reino hominal, o principio inteligente, trazendo consigo todo o acervo de experiências multimilenares conquistadas nos reinos da natureza inicia o processo da aquisição do domínio da razão e da consciência de si mesmo, que é o principal atributo do Espírito; não é mais “essência espiritual”, mas Espírito com individualidade própria, discernimento, responsabilidade de seus atos, conhecimento do bem e do mal, conhecimento de Deus e de suas leis. A Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período de humanidade começa, em geral, nos mundos ainda mais inferiores (LE, 607b), o que, no entanto, não constitui regra absoluta; excepcionalmente pode acontecer que um Espírito desde o seu inicio esteja apto a viver na Terra. Nesta fase, o estado da alma do homem corresponde ao estado da infância na vida corporal; sua inteligência está apenas desabrochando e ensaiando apara a vida.
Muitos estudiosos classificam o gênero humano como sendo um animal racional e social. Mas, segundo a Doutrina Espírita, afirmar que o homem é um animal, embora superior, é tão incorreto quanto dizer que o animal é um homem. Seu corpo se destrói como o dos animais, isto é certo, mas o seu Espírito tem um destino que só ele pode compreender; porque só ele é completamente livre (LE, 592).
O que toma o homem superior ao animal são os atributos intelectuais e morais e a intuição da existência de Deus, gravada em sua consciência.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 1°, cap. IV, questões 71 a 75; Livro 2°, cap. XI, questões 585 a 591;
FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º ANO
KARDEC, Allan - A Gênese, cap. II, item 27; cap. III, itens 11, 12, 13, 14, 18 e 19; cap. V, item 9; cap. VI, itens 17 a 19; cap. X, itens 10 a 19,
24 e, 25; cap. XI, item 43; cap. XII, itens 13 a 26.
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno – 1ª Parte, cap. III, n° 18; cap. IV, n°S 7 e, 11 a 14; cap. V n° 1 a 10;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I e III;
Revista Espírita, de janeiro de 1862; de novembro de 1863; de julho de 1864;
Revista Espírita, de Setembro de 1864;

Parte B - A Lei De Amor
O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento (ESE cap. XI item 8).
O Espírito percorre longo caminho em busca de sua evolução. Como vimos, o principio inteligente estagia nos três reinos para adquirir as condições necessárias e adentrar ao
reino hominal, e a partir de então outra grande jornada se apresenta ao Espírito, já individualidade inteligente, o desenvolvimento da inteligência e o aprendizado do amor.
Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, como a bolota oculta o Carvalho. (ESE cap. XI item 8)
O instinto é uma inteligência não racional. É por meio dele que todos os seres provêm as suas necessidades (LE questão 73).
Pode-se observar que o Espírito se utiliza do instinto para a manutenção da vida; na busca pelo alimento, na  condição da defesa e da reprodução.
Ao vivenciar a satisfação destas necessidades o Espírito experimenta sensações que se transformarão em sentimentos dos mais variados matizes.
O grande desafio em nossas existências é a educação de nosso “sentir”, que se transforma em energias através do pensamento emitido.
O aprendizado do amor se dará através do exercício da contenção, do trabalho interior desenvolvido pela inteligência. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio (LE, questão 75).
Jesus veio mostrar a importância do amor, com este ensinamento ele modificou o mundo, trouxe uma nova realidade para a vida do Espírito, instaurou uma nova era para a humanidade. Se a primeira palavra divina é o “amor”, a segunda é a “reencarnação”; pois só através da reencarnação é possível a conquista do amor e da sabedoria, as duas asas que nos aproximam de Deus. Através da reencarnação, na matéria de que se constitui o corpo físico e toda condição da vida material, o homem pode realizar o seu processo de crescimento. Faz-se necessário que o Espírito se liberte da matéria valorizando suas faculdades espirituais.
A busca pelo conforto, a luta pela sobrevivência são sem dúvida aspirações dignas, mas o homem não pode menosprezar a importância de desenvolver suas conquistas espirituais, que constituem sua verdadeira riqueza.
O amor é à base das leis Divinas que regem todo o Universo, não havendo limite para a sua prática. Os efeitos da Lei de Amor são o aperfeiçoamento da raça humana e a felicidade devida na vida terrena. Quando destas leis nos afastamos, sofremos, pois andamos na contra mão do bem.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, item 8.



Fonte:  FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012

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