Últimas Postagens

2ª Aula - DEUS


Parte A - A Inteligência Suprema
Ao longo da história da humanidade a ideia ou compreensão de Deus assumiram várias concepções em todas as sociedades e grupos já existentes, desde as primitivas formas pré-clássicas das crenças provenientes das tribos da Antiguidade ate os dogmas das modernas religiões da civilização atual.
Em um silogismo¹ perfeito, existente no Livro dos Espíritos (LE), na pergunta de no 1, Kardec pergunta aos Espíritos: “Que é Deus?”.

Ao que, responderam: “Deus é a inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”.
Sempre indagamos: “Quem é Deus”?
Buscando “Nele”, formas, ações e atributos humanos. (Antropomorfismo²).

Por ser a visão humana limitada e pelos conhecimentos dogmáticos recebidos concebemos um Deus de maneira antropomórfica, ou seja, com características humanas, Acresce-se a essas circunstancias outro fator relevante, a lei natural de adoração, que é o sentimento inato em todas as criaturas. Todos compreendem que existe acima deles um Ser Supremo.
Nos primórdios da humanidade a divindade estava na natureza, raios, trovões etc. Os mais esclarecidos já possuíam a consciência de sua fragilidade, aprendendo a curvar-se diante d’Aquele que os pode proteger. A Doutrina Espírita define Deus a partir das causas e efeitos, o nada não poderia produzir coisa alguma. Pelo axioma, então definimos que todo efeito inteligente tem uma causa inteligente e pela grandeza do efeito se julga a grandeza da causa. Neste momento, buscamos a Deus na origem, pela razão. 

A pergunta de n° 3, em o LE, tenta definir Deus, como:
“Poderíamos dizer que Deus é infinito?
Resp: Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir as coisas que estão além da sua inteligência. Deus é infinito nas suas perfeições, mas o infinito é uma abstração; dizer que Deus é infinito é tomar atributo de uma coisa por ela mesma, definir uma coisa, ainda não conhecida, por outra que também não o é.” - LE
Deus é eterno, não teve fim ou começo, pois senão teria que ter sido obra de alguém. Deus é infinito em suas perfeições, porém não é o “infinito”, senão estaremos tomando o efeito pela causa.
Desta forma, devemos entender “como infinito”, a sua capacidade e atributos.

Provas da Existência de Deus
Para provar a existência de Deus, basta, portanto olhar para sua obra.
O que não é obra do Homem só pode ser de uma força superior ao próprio homem. Uma força suprema, dada à supremacia da obra.
Observando-se o sincronismo perfeitamente absoluto do universo, a perfeição dos nossos corpos, a harmonia e excelência do funcionamento dos órgãos humanos, o mecanismo maravilhoso, mas ao mesmo tempo complexo dos sentidos humanos, dentre tantas outras coisas engenhosas da natureza perguntamos:
“Seria tudo obra do acaso?”.
Um grande lance de “sorte”?
Ou teríamos uma causa inteligente orquestrando tudo isso?

Atributos da Divindade
1) Deus é eterno.
Por eterno entende-se aquilo que não tem começo e nem fim. Se Deus tivesse um princípio, teria saído do nada; ora, o nada não existe. Por outro lado, se tivesse sido criado por outro ser, então este ultimo é que seria Deus.
2) É Imutável.
Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade (LE 13).
3) É imaterial.
Sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável, estando sujeito as transformações da matéria (LE 13).
4) É único
Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização do Universo (LE, perg. 13).
5) É todo poderoso.
Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que Ele não tivesse feito, seriam obra de um outro Deus. E então Ele não seria único (LE 13).
6) É soberanamente justo e bom.
Sua sabedoria revela-se pela natureza de suas leis de amor, que regem a justiça por todo o Universo (LE 13).

Pergunta-se:
Deus é um ser distinto, ou será como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?
“Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa”.
Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa.
Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. (LE 14)
Confundir o criador com as criaturas é uma interpretação materialista, donde Deus e matéria se identificariam. (LE 16).
Deus não é o universo, mas, nele permanece em suas leis imutáveis que lhe conferem ordem e harmonia.

O escultor e a escultura não se confundem, mas permanece a idéia do escultor, assim, o criador Deus e a criatura não se confundem, porém permanece a inteligência como sendo o próprio cerne, gerador e sustentador da obra.


1 Argumento composto de três proposições, a terceira das quais (conclusão) é a consequência das outras duas (premissa maior e premissa
menor).
2 Doutrina filosófica que atribui a Deus forma, ações e atributos humanos.


BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - questões: 1 a 16;
KARDEC, Allan - A Gênese - Cap. II;
DENIS, Léon - O Grande Enigma – 1ª Parte;
PIRES, José Herculano - Concepção Existencial de Deus, Cap. III, VII e X;
FLAMMARION, Camille - Deus na Natureza - Tomo V

Parte B - O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS
7. Se, pois quando apresentardes vossa oferenda ao altar vós vos lembrardes que o vosso irmão tem alguma coisa contra vós, deixai a vossa dádiva ao pé do altar; e ide antes reconciliar-vos com o vosso irmão, e depois voltai para oferecer vossa dádiva. (São Mateus, cap. V, v. 23, 24).
8. Quando Jesus disse: “Ide vos reconciliar com o vosso irmão antes de se apresentar vossa oferenda ao altar” ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o do próprio ressentimento; que antes de se apresentar a ele para ser perdoado, e que, se cometeu injustiça contra um de seus irmãos, é preciso tê-la reparado; só então a oferenda será agradável, porque vira de um coração puro de todo mau pensamento. Os Judeus ofereciam sacrifícios materiais imolando animais para expiação da culpa ou para implorar auxilio. Este animal era entregue a Deus como um pedido de perdão; Jesus devia conformar suas palavras aos seus usos. O cristão não oferece dádivas materiais; ele espiritualizou o sacrifício, mas o preceito, com isso, não tem senão mais força; oferece sua alma a Deus, e essa alma deve estar purificada; entretanto no templo do Senhor, deve deixar ao lado de fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão; só então sua prece será levada pelos Espíritos superiores aos pés do Eterno. Eis o que ensina Jesus por estas palavras: Deixai vossa oferenda ao pé do altar; e ide primeiro vos reconciliar com vosso irmão, se quereis ser agradáveis
a Deus. Jesus, conforme nos mostra ao texto em Mateus, respeita esta prática Ritualística judaica. Ele não veio destruir a lei, não veio revolucionar as relações externas, não veio se preocupar com o culto externo. Ele sabia que estes seriam gradualmente destituídos uma vez que o homem despertasse para a real relação entre ele e Deus. Ele sabia que, se o amor brotasse no solo fértil a ponto de alcançar a verdade das coisas, aquelas atitudes externas se diluiriam com o tempo.
As coisas externas com apego a matéria não é meritório aos olhos de Deus e sim tudo que é interno no homem, o sentimento, o amor ao próximo, a pratica da caridade, o perdão, a reconciliação, a indulgencia, isso é meritório aos olhos do Senhor, os Valores espirituais, a conquista para um aprimoramento espiritual e moral.

Bibliografia:
E.S.E. Cap. X – itens 7 e 8
Mateus V 5:23-24

Fonte:  FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012

Nenhum comentário