Últimas Postagens

3ª Aula - Elementos Constitutivos Do Universo

Parte A - ESPÍRITO E MATÉRIA

Para o Espiritismo o Universo é composto de dois elementos gerais (LE 27):
1- Espírito - Princípio inteligente do universo (LE 23); por principio entende-se aqui o fundamento que dá origem ao Universo, e nele permanece como essência universal. Portanto, por Espírito entende-se o principio da inteligência, abstração da individualidade designada por esse nome (LE 25a). Faz-se por bem esclarecer a razão de existir a expressão “espíritos”, que são seres inteligentes da Criação, e a palavra “Espíritos”, empregada para designar os seres extracorpóreos, não mais o elemento inteligente Universal (LE 76).

2- matéria- Em sua origem, o principio material ou fluido cósmico constitui matéria primitiva que, através de transformações, serve de matéria-prima para os aglomerados de átomos, que por sua vez darão origem as formas
materiais.

Na pergunta 27 do Livro dos Espíritos, Kardec questiona sobre a existência de dois elementos gerais do Universo. Os Espíritos atribuem a Deus a origem desses dois princípios universais, de naturezas distintas um do outro, sendo fundamental a união do Espírito com a matéria, em seu estado essencial, para dar inteligência a esta (LE 25) e, portanto, dar origem a multiplicidade de seres e coisas na criação.

Propriedade da matéria
Os Espíritos respondem que a matéria existe em estados que não conhecemos, podendo ser tão etérea e sutil que não produza impressão alguma em nossos sentidos. Entretanto, será sempre matéria (LE 22). 

Fluido Universal, ou Fluido Cósmico é imponderável para nós, isto é, sem peso (LE 27). Kardec pergunta aos Espíritos Superiores sobre a ponderabilidade como atributo essencial da matéria. Eles lhe respondem:
- Matéria como a entendeis, sim; mas não da matéria considerada como fluido material. A matéria etérea e sutil que forma esse fluido é imponderável para vós, mas nem por isso deixa de ser o principio da vossa matéria ponderável (LE 29).

Na Gênese, cap. VI, “Leis e Forças”, questão 10, o Codificador elucida a respeito da existência de um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os Corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São inerentes as forças que presidiram as metamorfoses da matéria. O Fluido Cósmico como já foi demonstrado é matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade de Corpos da Natureza. Como principio elementar do Universo assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade; e o de materialização e ponderabilidade (G.E cap. XIV).

Há, pois, regiões em que a matéria encontra-se ainda em um estado muito sutil e rarefeito. Em assim sendo, a ponderabilidade é uma propriedade relativa. Fora das esferas de atração dos mundos não há peso, da mesma maneira que não há nem alto nem baixo (LE 29). Nesse estado encontra-se o Fluido Cósmico, principio gerador de todas as coisas.
Iniciado o estudo sobre as partículas pelos atomistas gregos da época pré-socrática, o homem tem buscado os constituintes elementares invisíveis da matéria. Na atualidade, com os avanços tecnológicos, construiu-se aceleradores de partículas gigantescos para reproduzir um ambiente favorável para a criação dessas partículas primarias estudadas pela física quântica, impossíveis de serem apreendidas pela percepção sensível, ou seja, pelos cinco sentidos de que dispõe o organismo humano.
Espiritismo explica essas múltiplas formas da matéria que surgem a partir desse Fluido Cósmico ou matéria primitiva, de cuja transformação se originam os elementos químicos que compõem a  natureza. Convém aqui esclarecer o processo de constituição das formas materiais, até atingirem o estado de solidez:

Átomo - são agrupamentos de partículas: elétrons, prótons, nêutrons, quarks.

Moléculas - são agrupamentos de átomos unidos por ligações químicas.

Elementos - são conjuntos de aglomerados de átomos da mesma natureza. Exemplo: hidrogênio, ferro, prata etc. são as formas mais simples da matéria.
Substancias ou compostos: são compostas por número limitado de moléculas. Exemplo: água, ácido clorídrico etc.

Corpos - são porções limitadas da matéria.
As diferentes propriedades da matéria passam a existir das modificações que as moléculas elementares sofrem ao se agruparem em determinadas circunstancias (LE 31). Quando combinadas, passam a assumir variadas formas, passando a matéria a ser apreciada pela percepção sensorial. Com efeito, do ponto de vista humano, define- se a matéria como aquilo que tem extensão e pode impressionar os sentidos, bem como é impenetrável (LE22). Pode-se assim resumir as propriedades da matéria:

Impenetrabilidade: é a propriedade pela qual dois ou mais corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.

Extensão - todo corpo material ocupa um lugar no espaço, passando a ter as três dimensões (comprimento, largura e altura).

Divisibilidade: é a propriedade que tem a matéria de ser dividida, e que confere a condição de poder ser pesada. Além dessas propriedades primárias, a matéria primitiva ao transformar-se adquire outras qualidades secundárias: o sabor, o odor, as cores, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos, que não passam de modificações da mesma substância primitiva (LE 32). No entanto, estas qualidades são apenas subjetivas, ou seja, elas não existem em si mesmas, mas só existem pela disposição dos órgãos destinados a percebê-las (LE 32).

Espaço Universal
O conceito de espaço gira sempre em tomo das complexas definições da física e atualmente da física quântica. Por isso, possui diversas acepções.
Tem-se, por exemplo, o conceito newtoniano de espaço absoluto. De outro lado, a teoria da Relatividade de Einstein que estabelece que os fenômenos físicos não ocorram apenas no espaço, mas também se desenvolvem no tempo, ou seja: os fenômenos físicos ocorrem no continuo espaço-tempo. Define-se também o espaço, ora como sendo a extensão que separa dois corpos, ora o lugar circunscrito onde se movem os mundos, o vazio no qual atua a matéria. (A Gênese - Cap. VI. item 1)
Na impossibilidade de um acordo unânime sobre tal conceito, do ponto de vista da Ciência, a Doutrina Espírita vem ampliar o conhecimento humano: o espaço Universal é infinito. Supondo-se um limite para o espaço, qualquer que seja a distancia a que o pensamento possa concebê-lo. A razão diz que, além desse limite, há alguma coisa. A física quântica em estudos recentes propõe a existência de uma partícula primária, e no que se definia como vazio absoluto existe uma partícula. Assim, não se pode conceber um espaço vazio, na forma já enunciada pelos benfeitores (LE 35). Eles já diziam: “que não há espaço vazio”, porque o vazio, enquanto sinônimo de nada, não existe. E se o espaço fosse o nada, não poderia existir. O espaço é vazio apenas em relação às percepções humanas, insuficientes para compreender a matéria sutil e etérea que nele existe.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro I, cap. II, questões 17 a 34;
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns, Primeira Parte n° 51 e n° 128 - item 10;
KARDEC, Allan – A Gênese - cap. 1, n°18; cap. VI itens 12 a 18;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas - Cap. I;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno – 1ª Parte, cap. 3;
Revista Espírita, de abril de 1867;
Revista Espírita, de outubro de 1858, pág. 291 e 292;
Revista Espírita, de setembro de 1867, pág. 268, n° 18;
Bibliografia Complementar:
A. PIRES, José Herculano - Curso Dinâmico de Espiritismo;

Parte B - MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus a sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui. Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? - Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha Voz. (S. João, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)
Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta como a meta a que a Humanidade terá e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra.
Jesus revelou que há outros mundos, onde a justiça de Deus segue o seu curso e onde os bons acharão sua recompensa. Porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um princípio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir.
O Espiritismo veio completar o ensino do Cristo, pois os homens já se mostram maduros o suficiente para compreenderem a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser uma incógnita e os questionamentos respondidos. Para conquistar a vida futura se faz necessária à abnegação, a humildade, a caridade e a benevolência para com todos. Independe de posição, mas do bem que fizermos ou de quantas lágrimas enxugarmos. Compadecei-vos dos que continuam apegados ao egoísmo, a vaidade, e aos bens materiais; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima o homem aos benfeitores espirituais. Desse modo, os ensinamentos deixados no seu evangelho têm como finalidade levar o homem a conscientização de que seu verdadeiro destino está na vida futura; para tal conquista, toma-se necessário um novo objetivo: a aquisição de Valores Morais, mais amplos que os acanhados horizontes da vida puramente material.
Portanto, quando o Reino de Deus se implanta definitivamente nos corações humanos, através da consumação da renovação interior das criaturas, o reino de Jesus também será desse mundo, que no momento é apenas uma instância de expiação e dor. Isso não significa que estejamos abandonados, Jesus é nosso modelo e nosso orientador. Tendo os fariseus perguntado a Jesus, quando viria o Reino de Deus? Ele respondeu: “O reino de Deus não vem visivelmente, nem dirão: Ei-lo aqui, ou Ei-lo acolá! Porque o reino de Deus está no meio de Vós” (Lucas, 17:20)
Esse ensino de Jesus sobre o seu reino, a luz da Doutrina Espírita, dilata a visão do homem, que não mais se prende ao pequeno mundo que habita, mas distancia seu olhar na imensidão do infinito. Sua concepção materialista de vida se transforma, em função de valores morais e espirituais que tão fortemente atuam na vida do ser humano.

BIBLIOGRAFIA
ESE Cap. II- itens 1, 2, 3 e 8.

Fonte:  FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012

Nenhum comentário