13ª Aula - Emancipação Da Alma
Parte A - Sono, Sonhos - Visitas Espíritas Entre Os Vivos –
Transmissão Oculta Do
Pensamento - Catalepsia, Letargia Ou Morte Aparente.
O SONO E OS SONHOS
Todos nos encarnados no planeta Terra, necessitamos de prover as
necessidades de nosso organismo físico.
Portanto, alimentação, higiene, vestuário, fazem parte do atendimento
de necessidades que devemos realizar. O sono é momento de descanso para nosso
organismo biológico, uma vez que quando dormimos, o nosso organismo se recupera
das fadigas do dia-a-dia. Contudo, não podemos esquecer de que se o nosso corpo
físico necessita de descanso para recuperar as energias gastas durante o dia, o
mesmo não acontece com nosso corpo perispiritual.
Sonhos do subconsciente
Caracterizam-se pela incoerência, falta de nitidez, confusão. As ideias,
pensamentos e impressões que afetaram nosso pensamento no estado de vigília
irão ter papel importante, associados aos fatos comuns da vida e o temperamento
imaginativo ou emocional, que, registrados em nosso aparelho físico (ainda
imperfeito para registrar com nitidez a realidade espiritual), nesta confusão
que se verifica na maioria dos sonhos que temos. (LE, 405)
Sonhos reais ou inteligentes
São as reproduções do que se vê, ouve ou sente do contato com os
Espíritos, encarnados ou desencarnados. São visões perfeitas, diretas e
objetivas e são tidos, geralmente, por Espíritos mais elevados e com
clarividência definida.
É por isto que nem sempre o homem se lembra desses sonhos, pois
que ainda tem a alma em desalinho e não lhe resta mais do que a lembrança da
perturbação que acompanha a sua partida e a sua volta aliada a lembrança do que
o preocupa em estado de vigília. No entanto, quando esses sonhos são lembrados,
revelam nitidez, clareza, lógica e colorido, características dos sonhos reais.
Este fato pode acontecer com relação aos Espíritos encarnados mais elevados,
que podem ter uma clarividência mais definida porque guardam na memória, ao
voltarem, os acontecimentos verificados, quer digam respeito à existência
presente ou as vidas passadas, ou ao que lhes vai suceder no futuro. Para
ilustração desses sonhos lúcidos, pode-se mencionar o sonho de Joana D’Arc, de
Jacó e dos antigos profetas judeus; são lembranças da vida espiritual que a
alma vê, inteiramente desprendida do corpo físico. Eles são verdadeiros no
sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas que, frequentemente,
não tem relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes, ainda, como
já dissemos, é uma recordação. Podem ser, enfim, algumas vezes, um
pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no
momento em outro lugar, a que a alma se transporta.
VISITA ESPÍRITA ENTRE VIVOS
O Espírito, durante o sono, recobra em parte a sua liberdade, ou
seja, ele se afasta do corpo. A faculdade que a alma possui de emancipar-se e
de desprender-se do corpo durante a vida física pode dar lugar a fenômenos análogos
aos que os Espíritos desencarnados produzem. Enquanto o corpo acha-se
mergulhado em sono, ou mesmo em estado de vigília, o Espírito, transportando-se
a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer a outras pessoas.
Do princípio de emancipação da alma durante o sono parece resultar
que temos, simultaneamente, duas existências: a do corpo, que nos dá a vida de
relação exterior, e a da alma, que nos dá a vida de relação oculta, no entanto,
no estado de emancipação, a vida do corpo cede lugar a da alma, mas não
existem, propriamente falando, duas existências; são antes duas fases da mesma
existência, porque o homem não vive de maneira dupla (LE, 413).
O perispírito, tanto do encarnado quando do desencarnado, é sempre
um envoltório semimaterial, o qual, se visível, tem uma aparência tão idêntica
a real, que se torna possível a muitas pessoas estar com a verdade quando dizem
ter visto o encarnado, ao mesmo tempo, em dois pontos diversos. Através dos
sonhos, o homem tem a oportunidade de encontrar-se com amigos e parentes. Os
laços de amizade, antigos ou novos, reúnem assim, frequentemente, diversos
Espíritos que se sentem felizes em se encontrar (LE, 417). Essas visitas são
significativas, na medida em que rica, ao despertar, uma vaga intuição, que é
origem de certas ideias que surgem espontaneamente.
TRANSMISSÃO OCULTA DO PENSAMENTO:
Todo pensamento irradia as características do estado mental que o
envolve - felizes ou menos felizes. Emitindo uma ideia, o homem passa a
refletir as que se assemelham, mantendo-o em comunicação com todas as mentes que
tenham o mesmo modo de pensar. Da mesma forma que os indivíduos influenciam,
são também influenciados.
Pelos desejos, pela fixação de seus interesses, emitem e captam
certa ordem de ideias em regime de influências recíprocas. É nesse regime que,
durante o sono, os Espíritos comunicam entre si suas ideias. Portanto, mesmo
que a “mente” do homem não queira, o Espírito revela a outros o objeto das suas
preocupações.
Podemos dizer que o pensamento, energia emanada do ser pensante de
maneira continua (e é fragmentário nos irracionais), se propaga no meio do
fluido universal e vai encontrar guarida nas mentes que estiverem sintonizadas com
aquela faixa de pensamento específica.
Por isso essa transmissão pode ocorrer de desencarnado para
desencarnado; de encarnado para encarnado; de desencarnado para encarnado e
encarnado para desencarnado. Portanto, as palavras-chaves serão: SINTONIA e TIPO
DE PENSAMENTO.
Os Espíritos podem captar o pensamento de outros Espíritos, mas
para isso alguns fatores determinantes serão importantes, como nível evolutivo
dos Espíritos em questão; grau de maior ou menor emancipação de seu corpo de
carne e finalmente sintonia. Cada Espírito, segundo a Codificação, é uma
unidade indivisível, que pode irradiar seus pensamentos para diversos pontos,
sem que se fracione para tal efeito. É nessa transmissão oculta de pensamentos
que alguns Espíritos têm, muitas vezes, as mesmas ideias, sem necessidade da
exteriorização da linguagem falada; é assim que expressam-se na linguagem dos
Espíritos.
Muitas experiências científicas já demonstraram a realidade dos
pensamentos e a possibilidade de transmiti-los, telepaticamente, isto é,
independente dos órgãos da fala ou independente da escrita ou de qualquer outro
meio de comunicação ostensivo. Se formos um pouco mais observadores, constataremos
que, frequentemente, estamos exercitando esta faculdade, mesmo sem perceber,
isto é, de forma inconsciente.
O pensamento e a vontade são a ferramenta por excelência, com a
qual tudo podemos transformar em nós e a volta de nós. Tenhamos somente
pensamentos elevados e puros; aspiremos a tudo o que é grande, nobre e belo.
Pouco a pouco sentiremos regenerar-se o nosso próprio ser, e com ele, do mesmo
modo, todas as camadas sociais, o globo e a Humanidade! E, em nossa ascensão,
chegaremos a compreender e a praticar melhor a comunhão universal que une a
todos os seres.
CATALEPSIA, LETARGIA OU MORTE APARENTE.
Antes de entrar no estudo destes conceitos no espiritismo, vamos
conceituar os termos letargia e catalepsia:
Ø Letargia é definida como: sonolência mórbida ou estado de sono
profundo verificado em algumas doenças;
Ø Catalepsia é definida como: síndrome nervosa, de índole histérica,
caracterizada pela suspensão parcial da sensibilidade externa e dos movimentos
voluntários e, principalmente, por extrema rigidez muscular.
Os letárgicos e os catalépticos veem e ouvem o que está ao seu
redor, apesar de não poderem se comunicar, por que seu corpo físico fica com
uma perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica
ainda inexplicada.
Na letargia há a suspensão total das forças vitais do organismo
físico, dando a aparência da morte e tem causas naturais. Já na catalepsia a
suspensão rica localizada, onde a inteligência pode manifestar-se livremente,
não a confundindo com a morte e além de natural, pode também ser provocada e
desfeita pela ação magnética.
BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan, “O Livro dos Espíritos”, questões: 400 a 412; 413 a
424
DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. Rio de
Janeiro: FEB, 2007 Primeira parte, cap. VI, p. 121 , 129 e 132
Parte B - Passagens Sobre
Ressurreição
Ressurreição significa ressurgir no mesmo corpo físico, o que a
ciência demonstra ser impossível. Pois, após a dispersão dos elementos
(hidrogênio, carbono, etc.) constitutivos do corpo biológico, impossível se faz
a sua reintegração, uma vez que estes elementos retornam a natureza, compondo
novos corpos.
Desta maneira, pode-se entender o termo ressurreição como uma
figura simbólica para a reencarnação.
Jesus disse que “... não vim derrogar as Leis, mas dar-lhes
cumprimento”, portanto, nada do que Jesus realizou em sua época, poderia
contrariar as Leis Divinas. Assim sendo, as passagens onde o Mestre
“ressuscitou” aquelas pessoas, teria que ter um fundamento mais lógico.
O entendimento do que são catalepsia e letargia, nos auxiliam a
entender, juntamente com as instruções dos Espíritos, que as ressurreições que
Jesus provocou são casos de letargia e/ou catalepsia (que a ciência médica desconhecia).
Na época do advento de Jesus, houve alguns casos de passagens de
ressurreição, por exemplo:
A filha de Jairo: A menina estava desacordada já algum tempo e os
médicos da época davam-na como estando morta. Contudo, ao solicitar a Jesus que
auxiliasse sua filha, o pai da menina estava sendo humilde, pedindo auxilio a
Deus. Ele acreditava que Jesus iria curar sua filha.
O filho da viúva de Naim: A mãe do jovem estava desesperada porque
seu único filho havia desencarnado. Recorreu a Jesus e ele dirigiu-se ao menino
dizendo: “levanta-te” e o menino levantou-se e pôs se a andar.
Lázaro, irmão de Marta e Maria: Jesus, pois, comovendo-se outra
vez, profundamente, foi ao sepulcro: era uma gruta, e tinha uma pedra posta
sobre ela. Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe:
Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias. Respondeu-lhe
Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram então a
pedra. E Jesus, levantando os olhos ao céu, disse Pai, graças te dou, porque me
ouviste. Eu sabia que sempre me ouves; mas por causa da multidão que está em
redor é que assim falei, para que eles creiam que tu me enviaste. E, tendo dito
isso, clamou em alta voz: Lázaro vem para fora!
Saiu o que estivera morto, ligados os pés e as mãos com faixas, e
o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.
Jesus, como Espírito puro, já possuía o amor incondicional, tinha magnetismo
suficiente e sabia como utilizá-lo em seus atendimentos de cura.
BIBLIOGRAFIA
LE, Livro Segundo, 1010;
ESE, Cap. IV itens 1 a 17;
Velho Testamento, I Reis, 17: 17 a 24;
Velho Testamento, II Reis, 4:2o a 32 e 36;
Velho Testamento, 13:21;
N.T Lucas 7: 11-15 e 8:49-55;
N.T João 11-1-46;
N.T Atos dos Apóstolos, 9:36-42 e 20:9-12
Fonte: FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 1º Ano – 37ª. Edição – Fevereiro/2012
Nenhum comentário